segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Crônica | Transporte público

Mais um dia de não transporte. Um rosto despertou-me atenção. Os olhos cansados refletiam os anos de labuta, quase me rendi- os olhos são a janela da alma-, mas, que seria do semblante? Das sobrancelhas caídas, a pele que denunciava o quantos tantos anos, quantos deles ignóbeis? Ou a pergunta séria seria quais deles? Negou o assento, escolheu não se render à mera classificação etária, talvez a luta era com Chronos, pareceu ser com a inércia. Eu quis perguntar, talvez só um dia, ou uma época, outra era. Permaneci em silêncio, não quis atrapalhar (deveria?). A senhora se foi, a (e)história também.

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