sábado, 6 de dezembro de 2014

E agora José?

Sim, resolvi começar o blog. Nada seria mais pertinente ao primeiro texto do que falar sobre a criação. Este projeto, que começou a ser gerado agora, já era idealizado há dois ou três anos, antes de que eu começasse a estudar literatura ou que ela se tornasse, de certa maneira, meu objeto de trabalho e estudo. O fato é que existem ad infinitum possibilidades e perspectivas sobre o que é literatura e qual sua função dentro das esferas sociais e mesmo ao indivíduo subjetivado.  De Horácio aos Pós-modernos os assuntos e abordagens são inesgotáveis – e que bom que o são. Então a pergunta que essencialmente me cabe a responder a você leitor (por que a mim já foi respondida): De que vale alguém mais falar de sua perspectiva?
Indaguei-me por muito tempo. Não sei se tempo demais. Perceba, não estou, de alguma maneira, tentando justificar minha paixonite literária, ou dar algum tipo de satisfação, mesmo que assim o faça. Talvez eu só esteja escrevendo o que foi necessário ser respondido a mim enquanto abstraía-me na busca de uma justificativa que satisfizesse o desejo de escrever e falar na internet sobre literatura. Vou me valer (para você, assim como o fiz para mim) de uma citação de um teórico literário que tenho como referência, Octávio Paz: “Escrevemos para ser o que somos ou para ser aquilo que não somos. Em um ou em outro caso, nos buscamos a nós mesmos. E se temos a sorte de encontrar-nos – sinal de criação – descobriremos que somos desconhecidos.” O fato é que, na minha subjetividade, eu me encontro, sou aquilo que sou. Tenho minhas perspectivas, minhas experiências, minha leitura de preferência e por aí caminham as peculiaridades do Ser. Então, por que não aceitar o fato de que alguém se encontre nessa – minha – escrita. Não quero ser pretencioso ao ponto de tentar seduzir ou convencer aqueles que não são a serem ou lerem o que sou ou escrevo. Quero, de fato, que aqueles que são encontrem-se e descubram-se nessa criação.



“A grande literatura é apenas uma linguagem carregada de sentido até ao mais elevado grau possível.” – Ezra Pound

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